Vereador Boi pede o fim do trote tradicional em Araraquara

03/03/2010 09:31

Todo início de ano letivo no ensino superior faz ressurgir o temor dos trotes aplicados nos calouros. Não são poucos os problemas como humilhações, embriaguês, exageros, agressões e ferimentos registrados em estudantes, que em alguns casos extremos levaram ao estupor ou até foram a óbito. Em Araraquara não ocorrência de fatalidade.

Aguardado como tradição por alguns e como fator de preocupação por outros, a verdade é que ele desperta a atenção desde os alunos até o Ministério Público. Algumas instituições de ensino chegam a anunciar o trote solidário, trote sustentável, ou outra proposta de nomenclatura para criar uma cultura de maior participação em projetos sociais e de envolvimento com a atividade acadêmica.

Mas o certo é que o trote tradicional está acontecendo novamente, com as cabeças dos estudantes raspadas, o corpo pintado, calouros nas esquinas pedindo moedas, roupas que precisarão ser jogadas fora quando retornarem aos lares, e não raro, bebida alcoólica nas mãos dos veteranos que conduzem a prática. E de novo os calouros estão vulneráveis.

Esta narrativa foi feita pelo vereador Aluisio Braz (PMDB) na Sessão Ordinária da Câmara desta terça-feira, dia 2. O vereador relatou casos que acompanhou na cidade nos últimos dias e pediu a intervenção de autoridades para proibir a prática do trote tradicional. “Esta tradição do trote muitas vezes expõe o calouro a situações degradantes. Se é desejável manter um evento para recepcionar os calouros, então vamos criar atividades de conscientização de participação na comunidade que podem criar uma cultura de maior participação em projetos sociais”, ponderou o vereador.

Aluisio Braz continuou sua fala citando pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas em suas unidades de ensino com a intenção de buscar atividades alternativas para o trote. “Os estudos da FGV demonstram claramente que desenvolver atividades sociais na área que se estuda na faculdade faz com que o aluno perceba mais sentido na escolha profissional e compreenda melhor o sentido de coletivo na sociedade. Os alunos enxergam mais sentido na carreira e têm maior percepção de crescimento pessoal e profissional nas atividades desenvolvidas. O trote tradicional acaba constrangendo o calouro, mas com o trote solidário ele se sente mais protegido” concluiu Aluisio Braz.

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