Cidade pode ter cemitério vertical e crematório municipais

01/08/2011 11:52
  Cemitério das Cruzes: local ainda tem vagas, mas modelo vertical é ecologicamente mais correto (Foto: Moisés Schini)

A cidade de Araraquara poderá ser uma das poucas no Interior paulista a ter um cemitério vertical e um crematório. A ideia foi sugerida pelo presidente da Câmara, o vereador Aluísio Braz, Boi (PMDB), ao prefeito Marcelo Barbieri (PMDB), que assina a autoria da iniciativa. Ainda não há projeto arquitetônico para a construção e a verba será pleiteada junto aos Governos Estadual e Federal, mas a Secretaria de Desenvolvimento Urbano já fez um estudo de localização para encontrar espaços viáveis para a instalação sem ferir o meio ambiente.

O projeto do Executivo prevê que a construção e a posterior exploração poderão ser feitas diretamente pelo município, por concessão a uma empresa particular por meio de processo licitatório ou ainda por entidade beneficente assistencial, sem fins lucrativos. Com isso, Araraquara passa a ser uma das poucas cidades do Interior a ser dotada de um cemitério vertical e crematório. As localidades mais próximas que contam com os serviços são Piracicaba (cemitério vertical) e Jaboticabal (crematório).

Segundo a secretária de Desenvolvimento Urbano, Alessandra Lima, a ideia da construção destes espaços se dá pela questão ambiental. "O cemitério vertical isenta toda a questão de terra e infiltração dos fluidos corporais no terreno, por exemplo. A cremação também é um método mais ecológico de destinação aos cadáveres", comenta.

Alessandra estima que a área necessária para a implantação do complexo seja de 20 mil metros quadrados. Um estudo de localização foi feito para encontrar o melhor espaço na cidade para a construção, sem causar impactos ao meio ambiente. "Os dois melhores locais ficam próximos aos Cemitérios das Cruzes (dos Britos) e dos Lírios, no caminho para Bueno de Andrada", diz.

Enquanto o projeto arquitetônico é desenvolvido e orçado, pedidos de licenças devem ser feitos. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) também precisa aprovar o crematório para que não haja poluição atmosférica.

Há vagas

A secretária refuta a preocupação com falta de vagas nos cemitérios da cidade. O São Bento, mais antigo cemitério municipal, está quase esgotado, mas algumas desapropriações de túmulos abandonados há anos garantem novas vagas. O Cemitério das Cruzes, por sua vez, tem menos de 25% de sua capacidade usada.

Como funcionam os sistemas

A ideia dos cemitérios verticais veio como solução para a falta de espaço nas grandes cidades da Europa, Canadá e Estados Unidos. Os prédios podem ter vários andares e os costumes tradicionais são mantidos — o sepultamento é feito em jazigos horizontais, mas substratos garantem a decomposição do cadáver de maneira menos agressiva, além de manter o cemitério limpo e com aspecto menos fúnebre. Capitais como São Paulo, Porto Alegre e Curitiba já são dotadas do sistema. Guarulhos, na Grande São Paulo, Piracicaba, no Interior e Santos, no Litoral, já contam com o serviço.

A cremação, por sua vez, é um método milenar e ‘ecologicamente correto’. O sepultamento na terra torna a decomposição do corpo muito mais lenta e há o risco de contaminação do terreno. Tradicionalmente, os crematórios mais usados no Estado são o de Vila Alpina, em São Paulo, de responsabilidade da Prefeitura, e outro particular em Jaboticabal. Por isso, o crematório municipal poderia render arrecadação para a Administração Pública de Araraquara.

Neste sistema, o cadáver é colocado dentro no forno especial a 1.200°C com o caixão, como no velório. Apenas as alças de metal e o vidro do caixão são retirados. Depois de três horas, restam apenas as partículas de ossos. O cadáver é resfriado e os ossos passam por um processo de moagem, são reduzidos a pó e depositados em uma pequena urna.

Foto: Moisés Schini

Fonte: Araraquara.com

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