 
A cidade de Araraquara poderá ser uma das poucas no Interior paulista  a ter um cemitério vertical e um crematório. A ideia foi sugerida pelo  presidente da Câmara, o vereador Aluísio Braz, Boi (PMDB), ao prefeito  Marcelo Barbieri (PMDB), que assina a autoria da iniciativa. Ainda não  há projeto arquitetônico para a construção e a verba será pleiteada  junto aos Governos Estadual e Federal, mas a Secretaria de  Desenvolvimento Urbano já fez um estudo de localização para encontrar  espaços viáveis para a instalação sem ferir o meio ambiente.
O projeto do Executivo prevê que a construção e a posterior exploração  poderão ser feitas diretamente pelo município, por concessão a uma  empresa particular por meio de processo licitatório ou ainda por  entidade beneficente assistencial, sem fins lucrativos. Com isso,  Araraquara passa a ser uma das poucas cidades do Interior a ser dotada  de um cemitério vertical e crematório. As localidades mais próximas que  contam com os serviços são Piracicaba (cemitério vertical) e Jaboticabal  (crematório).
Segundo a secretária de Desenvolvimento Urbano, Alessandra Lima, a ideia  da construção destes espaços se dá pela questão ambiental. "O cemitério  vertical isenta toda a questão de terra e infiltração dos fluidos  corporais no terreno, por exemplo. A cremação também é um método mais  ecológico de destinação aos cadáveres", comenta.
Alessandra estima que a área necessária para a implantação do complexo  seja de 20 mil metros quadrados. Um estudo de localização foi feito para  encontrar o melhor espaço na cidade para a construção, sem causar  impactos ao meio ambiente. "Os dois melhores locais ficam próximos aos  Cemitérios das Cruzes (dos Britos) e dos Lírios, no caminho para Bueno  de Andrada", diz.
Enquanto o projeto arquitetônico é desenvolvido e orçado, pedidos de  licenças devem ser feitos. A Companhia de Tecnologia de Saneamento  Ambiental (Cetesb) também precisa aprovar o crematório para que não haja  poluição atmosférica.
Há vagas
A secretária refuta a preocupação com falta de vagas nos cemitérios da cidade. O São Bento, mais antigo cemitério municipal, está quase esgotado, mas algumas desapropriações de túmulos abandonados há anos garantem novas vagas. O Cemitério das Cruzes, por sua vez, tem menos de 25% de sua capacidade usada.
Como funcionam os sistemas
A ideia dos cemitérios verticais veio como solução para a falta de  espaço nas grandes cidades da Europa, Canadá e Estados Unidos. Os  prédios podem ter vários andares e os costumes tradicionais são mantidos  — o sepultamento é feito em jazigos horizontais, mas substratos  garantem a decomposição do cadáver de maneira menos agressiva, além de  manter o cemitério limpo e com aspecto menos fúnebre. Capitais como São  Paulo, Porto Alegre e Curitiba já são dotadas do sistema. Guarulhos, na  Grande São Paulo, Piracicaba, no Interior e Santos, no Litoral, já  contam com o serviço.
A cremação, por sua vez, é um método milenar e ‘ecologicamente correto’.  O sepultamento na terra torna a decomposição do corpo muito mais lenta e  há o risco de contaminação do terreno. Tradicionalmente, os crematórios  mais usados no Estado são o de Vila Alpina, em São Paulo, de  responsabilidade da Prefeitura, e outro particular em Jaboticabal. Por  isso, o crematório municipal poderia render arrecadação para a  Administração Pública de Araraquara. 
Neste sistema, o cadáver é colocado dentro no forno especial a 1.200°C  com o caixão, como no velório. Apenas as alças de metal e o vidro do  caixão são retirados. Depois de três horas, restam apenas as partículas  de ossos. O cadáver é resfriado e os ossos passam por um processo de  moagem, são reduzidos a pó e depositados em uma pequena urna.
Foto: Moisés Schini
Fonte: Araraquara.com





